segunda-feira, fevereiro 13, 2006

Carta pó meu amor!

Meu amor
Estou aqui a reflectir sobre a gente e nesta reflectição estou a pensar na gente. Como a gente se conhecemos-nos, como a gente começámos a sentirmos que a gente távamos a entrarmos cada vez mais bastante um no outro.
Sabes, ainda malembra de como a gente nos beijámos-nos na última vez que foi à porta do Snack-Bar Roedos. E malembra-me tão bem que até acho que foi hoje… bom… que foi hoje também é um exagero porque para sermes sinceros, qué o fundamental das relações, parece-me mais que foi ontem à hora do jantar porque ainda tenho dos láibos o gosto dos croquetes contem eu e o meu amigo Gerváiso jantámos porque a gente saimos já tarde do trabalho e fomos à rulóte a caminho de casa.
Hoje, quando à hora do almoço me levantei-me, tive algumas saudades tuas porque tive de eu pórpio ir buscar os chinéis o que me fez pensar cagente já temos muita coisa ambos juntos e isso me deixa-me tão feliz quinté era capaz de subir a uns candieiros para apalpar as lâmbadas para cumundo saperceba que a gente semos felizes como o caraças e até mais felizes docu caraças.
Toutascrever para tamostrar o sentimento todo que sinto e todo o sentimento que ainda não sinto, mas que sinto que sentirei mais sentimento assim que sentir esse sentimento.
Acabei de tirar do frigofirico um bocado de leite do pacote de leite pardentro do copo para beber. E o gosto frio do leite lembrou-me a noite em que a gente se constipámo-nos quando fomos os dois ambos passear ao mar em Dezembro daquele ano que já na malembra. Eu acho que foi contigo mas se não fomos ambos os dois devo ter ido com outra gaja muito mais feia do que tu porque já tinha-te confessado que és uma mulher bués da linda quinté pareces aqueles bonecos com as roupas que estão das montras das lojas.
Neste dia dos namorados queria-te te dizer-te que tenho coisas para te dizer-te que nem sei como te dizer-te. Até mais me apetecia não gostar de ti caté era mais fácil te dizer-te coisas montes de horríveis e assim é mais difícil porque eu nunca me ensinaram-me a dizer coisas bonitas porque desde muito cedo que não é o cedo do dia assim tipo 5 e meia da manhã mas o muito cedo do muito cedo da minha vida assim do tipo quando eu tinha 6 ou 7 anos que é na altura em que a gente aprendemos a aprender a sermos pessoas grandes que ainda não semos mas que a gente queremos ser quando formos grandes.
Queria te dar-te uma rosa que roubei do quintal da senhora Josefa e até consegui porque fui lá quando vim da rulóte era umas 2 e meia da manhã só que me espetei-me os picos das mões e esparrinhou bués de sangue quinté fiquei meio tonto porque eu não posso ver sangue e até por causa disso nem fui trabalhar para o talho do senhor Jaquim quando ele precisava de meter lá gente a trabalhar lá.
Já me dói o barço de te escrever-te e por isso acho que vou me despedir-me de ti e com um último desejo págente.
Cagente se juntemos-nos mais vezes e cagente sêjamos amigos ambos um do outro e outro de um e cagente póssamos sermos felizes assim como das histórias pós miúdos assim tipo a Bela Adormecida ou aquela da empregada que foi ao baile na abóbora e que depois perdeu o sapato e mais não sei quê não sei que mais.
Ah já me esquecia. Não te trouxe-te a rosa pois que quando piquei-me deixei caí-la e cas tonturas não conseguia-me abaixar-me para ver onde é que ela estava. Mas deixa que depois eu compro-te uma de palstico daquelas que parecem mesmo das verdadeiras que já vi umas ali na loja dos chineses que deve ser de categoria e sabes como eu te quero-te dar-te coisas sempre do melhor que há.
Beijinhos da tua boca que eu já lavei os dentes e por isso até cheiro bem da boca não é como daquela vez em cagente se beijámo-nos que eu tinha sabor a cebola e cerveja da boca quinté ficaste enjoada quinté pensámos que tavas grávida por causa do pezevati prezeva prezrevra por causa da camisa de Véines que tava fora do prazo naquela noite do carro do meu pai em que taleijaste das costas na manete das mudanças mas cafinal na tavas enjoada disso mas do gosto da minha boca.
Beijinhos de mim que vou ser teu até ser teu e até deixar de ser teu porque nessa altura já não vou ser teu o que não quer dizer que seja doutra pessoa porque o meu desejo é ser teu e é para isso que a gente devemos correr porque eu quero ser teu e quero que tu sejas minha tamém enquanto seres minha e até deixares de ser minha.

ruinzolas

3 comentários:

Anónimo disse...

Ohhhh!!!
Fiquei maravilhada!!!
Nunca pensei que ainda existissem cavalheiros como antigamente, que escrevem longas cartas de amor!!!

Unknown disse...

Klap Klap Klap!!!

susemad disse...

Bem... nem sei o que escrever... isto é que é AMOR!!! :)
E dizias tu que não lhe ias oferecer nada!!!