segunda-feira, agosto 08, 2005

A Minha Vassoura...


O post do ruinzolas deixou qualquer coisa dentro de mim, espero que não fosse a urina, nem tão pouco a placa de lusalite (ou preferia a reuters.lite), mas, que aquela rotunda deixou-me completamente a cabeça à roda... deixou!
Meu caro Amigolas-Inteligentolas-Ruinzolas-Charoles-Dr. Nil, as tuas palavras comoveram-me, fiquei deveras sentido... melhor dizendo, sentado... lembrei dos dias escuros que o sol iluminava depois das 22h...lembrei das caminhadas que eu e o meu Tomané (um caracol de estimação) demos pelas ruas da amargura... lembrei-me da vizinha Benedita Bemposta que usava até mesmo de Inverno, camisolas de manga curta.... a mulher falava pelo cotovelos!! Ahh...bons tempos esses, lembro que um certo dia eu e o Hipotilo partimos de casa sem destino... e só paramos na mercearia do lado... bela aventura aquela, cada um na sua vassoura... atiramo-nos do alto da varanda...e testando a lei da gravidade, caímos mesmo em cima do toldo da mercearia que protegia a fruta do sol... eu emborrachado no meio dos melões... Hipolito... com a cabeça enfiada na caixa de esgoto... e dona Beatriz Bento, atónita!! Pobre mulher... ela que esperava à mais de 20 anos pelo marido Venceslau Lau, que certo dia disse que ia comprar pó talco para enganar a fome ao bebe de 4 meses que esgotou o stock das glândulas mamarias de sua mãe! Pois... Lau Lau (como era conhecido) nunca mais regressou, suspeita-se que fugiu com o padre Adérito que no mesmo dia, desapareceu dando como motivo não poder celebrar um casamento entre dois homem! Mas... pobre miúdo... Zé Cabra, ainda esperou uns dias pelo pó talco, mas... já em desespero, aproveitando a passagem de gado caprino pelas ruas em direcção aos vales de pasto, Zé Cabra, com apenas 5 meses de vida (já andava de bicicleta), aproveitou a incúria do pastor e raptou uma cabra, sendo a partir desse momentos, a sua fonte de leite! Desde então, o Zé, carinhosamente chamado de «Cabrão» (foi provado que a cabra, afinal não o era…) pelos amigos da Rua de Cima… sobreviveu às agruras da vida e ajuda presente a sua mãe, Beatriz Bento, na mercearia.

Pois... e era assim a vida na Rua de Cima... para aqueles que a viam de baixo! Eu...e a minha vassoura, muitas viagens... muitas visões por cima da Rua de Cima… muitas historias…

Sem comentários: