quarta-feira, outubro 28, 2009

Água




Comprei uma água
Uma água acho que comprei
Mas com muita mágoa
Penso que me enganei
Uma água como?
Uma água bebo?
Bem que eu concebo
Uma água ser uma
Bem que num assomo
Não há dúvida nenhuma
Nem a mais pequena…
Mas… numa atitude serena
Olhando a garrafa
Com gargalo de girafa
Me pergunto intrigado
Porque se intrigado não estivesse
Ficava bem calado
Ou então dizia alegremente
Nem arrefece nem aquece
A dúvida premente:
É uma água ou são duas
Faria um inquérito nas ruas
Para me esclarecer
Para me tirar do escuro
Para eu saltar o muro
E ficar a saber
A razão do que me chateia
Antes que a garrafa fique meia
E uma água já não tenha.
Que meia água já só eu tenha.

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