terça-feira, março 07, 2006

Chinesices


Na China, viveu Ling-Lin, rapariga que tinha frevorosa paixão por um homem, Iro-Ku.
Desde pequena, Lin revelou a sua paixão por Iro-Ku. Com efeito, ainda bebé nos braços de sua mãe, já ouvia falar em Iro-Ku, que mais velho do que ela uns três anos era tido como exemplo a seguir por todos os meninos. Por todo o lado, os pais suspiravam, toda a aldeia se juntava num grito uníssono: «Ah. como Iro-Ku é bonito!» Como se vê, Iro-Ku era querido por todos, havendo até quem chorasse por não ter também um Ku em casa...
Mas voltemos a Ling-Lin. Rodeada por este clima de adoração a Iro-Ku, cedo se foi formando na mente da menina Lin uma imagem maravilhosa de Iro-Ku.
Quando começou a ter idade para brincar com os outros meninos, Ling-Lin começou também a sofrer: «Como será Iro-Ku? Será tão bom e bonito como dizem?» Perguntas que a faziam cada vez mais ansiar por Iro-Ku. Até que um dia, finalmente, ele apareceu. Ling-Lin tinha Ku à sua frente.
Lin achou Iro-Ku ainda mais maravilhoso, ainda mais bonito do que jamais pudera imaginar. A partir dali, Ling-Lin passou a preferir Iro-Ku aos outros meninos nas suas brincadeiras de criança. E assim cresceram, Ling-Lin e sua paixão. Cada vez mais Lin se sentia dependente de Iro-Ku. Na sua vida há só havia lugar para Iro-Ku.
Já mulher, descobriu que estava apaixonada por Iro-Ku, que tudo o que queria na vida era Iro-Ku, fosse de que maneira fosse, custasse o que custasse.
Encheu-se de coragem e declarou-se a Iro-Ku. Ele confessou que há muito a amava e que só a ela pertencia.
Ling-Lin sentia-se nas nuvens. Finalmente, Iro-Ku deixava de ser um sonho, para se tornar a mais saborosa e agradável das realidades.
Casaram e saíram da aldeia Quando ele saía de manhã para trabalhar, Ling-Lin ficava triste pois ficava sem Ku, restando-lhe esperar ansiosamente por Iro-Ku de noite, quando este viesse do trabalho. Mas Ling-Lin começou a ficar insatisfeita e infeliz. Começou a ressentir-se por ficar sem Iro-Ku durante tantas horas por dia. Já não lhe bastava Iro-Ku de noite e passou a querer Iro-Ku de manhã, antes dele sair para o trabalho.
A vida dos dois continou feliz por muitos anos. Mas a felicidade gerou inveja. Ao lado da casa de Lin e Ku, moravam Atur-Otu e Ira-Ku-Nita, que não eram felizes, apesar de Atur-Otu gostar muito de Ira-Ku-Nita. Mas Ira-Ku-Nita não o amava como Ling-Lin adorava Iro-Ku. Anos antes, quando todos corriam atrás de Ira-Ku-Nita, Atur havia-a protegido. Ele daria a vida por Ku-Nita. Como ele gostaria de conhecer a sensação de Iro-Ku. Ser amado assim por Ira-Ku-Nita, da mesma maneira que Ling-Lin amava Iro-Ku...
E foi a inveja que levou Atur-Otu a Iro-Ku naquela tarde de nevoeiro. Duas facadas desferidas por Atur-Otu acabaram com o motivo de sua inveja. Ling-Lin assistiu a tudo, naquele momento de desespero, gritou por Iro-Ku, ainda suplicou a Atur que deixasse Iro-Ku... Tarde de mais...
Ling-Lin ficou sem Iro-Ku para sempre. Deitada ao pé do corpo ensanguentado, suspirava por Ku, que jamais a poderia ouvir.
Atur-Otu afastou-se e já sozinho chorou, arrependeu-se do acto de loucura. Ira-Ku-Nita deixara-o fora de si, sem capacidade de raciocínar. A sua paixão por Ku-Nita tinha-o destruído. Desesperado, e com a mesma faca com que roubara a vida a Iro-Ku, matou-se...
O destino juntou então Ling-Lin e Ira-Ku-Nita naquela hora de sofrimento. E com o passar dos anos Lin esqueceu-se de Iro-Ku e passou a viver só para Ira-Ku-Nita...

7 comentários:

Filipe disse...

Não admira q tenham olhos em bico!

ruinzolas disse...

ólha o filipolas desaparecidolas...

Filipe disse...

Euzolas... popriozolas!

ruinzolas disse...

E a vida? Corre?

Filipe disse...

La vai correndo... de vez em quando la corre contra uma porta... mas... continuo a cá andar...
E tu amigolas? A vida corre?!

ruinzolas disse...

Não... Anda só. Correr faz-lhe subir a pulsação.

Filipe disse...

E... não gostas que suba... a pulsação, é?!